Diálogos decoloniais: a concepção do bem viver em universidades e faculdades interculturais indígenas

RESUMO


Vivências em cenários complexos como os que ocorrem no sistema capitalista vigente, instigam e demonstram a possibilidade de diálogos decoloniais, neste sentido o Bem Viver apresenta-se como alternativa ao desenvolvimento econômico, visto como sinônimo de crescimento e caminha para a convivência em harmonia com valorização e troca de saberes interculturais. Neste contexto, este artigo tem como objetivo analisar o campo semântico do Bem Viver associado a experiências práticas de políticas públicas de ações afirmativas interculturais indígenas em países da América Latina (Brasil, Bolívia e Equador), em contraposição à crise civilizatória. A metodologia é pautada na pesquisa qualitativa, exploratória/descritiva e na revisão teórica crítica (diálogos decoloniais, bem viver, ecoeducação, educação intercultural), com levantamento bibliográfico, documental e experiências. O aporte teórico baseouse nos autores Ailton Krenak, Alberto Acosta, André Baniwa, Angélica Domingos Ninhpryg, Aníbal Quijano, Carlos Alberto Sampaio, Carlos Walter Porto-Gonçalves, Catherine Walsh, Eduardo Gudynas, Leonardo Boff, Liliane Schlemer Alcântara, Pablo Solón, Serge Latouche e Walter Mignolo. Os resultados apontam para experiências expressivas de educação como a das Universidades e Faculdades interculturais indígenas que demonstram a possibilidade de aproximações, de imersões e desconstruções. Neste cenário, mostra-se possível o Estado pensar na atuação do Poder Público para a criação de mecanismos e políticas públicas inclusivas pautadas em perspectivas outras que valorizem as alteridades em suas especificidades e caminhe para um lugar mais justo, equitativo no viés contra hegemônico. A pesquisa pode contribuir para reflexões, diálogos, visibilidade e respeito aos povos originários e as comunidades tradicionais; a concepção do Bem Viver e outros diálogos decoloniais.


Palavras-chave: Ciências Sociais e Ambientais. Interdisciplinaridade. Saberes ancestrais. Interculturalidade. Decolonialidade.


ABSTRACT


Experiences in complex scenarios such as those that occur in the current capitalist system, instigate and demonstrate the possibilities of decolonial dialogues, in this sense the Good Living presents itself as an alternative to economic development, seen as synonymous with growth and moves towards coexistence in harmony with appreciation and exchange of intercultural knowledge. In this context, this article aims to analyze the semantic field of the Good Living associated with practical experiences of public policies of indigenous intercultural affirmative action in Latin American countries (Brazil, Bolivia and Ecuador), in opposition to the crisis of civilization. The methodology is based on qualitative, exploratory/descriptive research and critical theory review (decolonial dialogues, good living, ecoeducation, intercultural education), with bibliographic and documental surveys and experiences. The theoretical contribution was based on the authors Ailton Krenak, Alberto Acosta, André Baniwa, Angélica Domingos Ninhpryg, Aníbal Quijano, Carlos Alberto Sampaio, Carlos Walter Porto-Gonçalves, Catherine Walsh, Eduardo Gudynas, Leonardo Boff, Liliane Schlemer Alcântara, Pablo Solón, Serge Latouche and Walter Mignolo. The results point to expressive educational experiences such as the intercultural indigenous Universities and Colleges that demonstrate the possibility of approximations, of immersions and deconstructions. In this scenario, it is possible for the State to think about the actions of the Public Power for the creation of mechanisms and inclusive public policies based on other perspectives that value the alterities in their specificities and move towards a fairer, more equitable place in a counter-hegemonic perspective. The research can contribute to reflections, dialogues, visibility and respect for original peoples and traditional communities; the concept of Good Living and other decolonial dialogues.


Keywords: Social and Environmental Sciences. Interdisciplinarity. Ancestral knowledge. Interculturality. Decoloniality.


ACESSE O DOCUMENTO